quarta-feira, 10 de junho de 2015


CRESCE O USO DOS CHAMADOS ‘ESCRITÓRIOS VIRTUAIS’

Neste tipo de espaço, empresas e profissionais liberais alugam endereço, telefone, internet, secretária e correio


RIO — Recém-formado e ainda com poucos clientes, Sérgio Cataldo chegou a pensar em montar um escritório de advocacia próprio no Rio. Mas os custos elevados com aluguel e manutenção o fizeram desistir. A solução encontrada foi contratar uma empresa de escritórios virtuais, conhecidos como virtual offices, que oferece toda a infraestrutura de um negócio por um preço fixo. E sai bem mais em conta, já que, por enquanto, ele só precisa do espaço por algumas horas por semana.

— Não preciso lidar com questões administrativas, como conta de luz e serviço de limpeza. E os meus clientes têm a sensação de que estão efetivamente no meu escritório. Além disso, a localização é ideal, no meio de uma grande avenida, com acesso amplo via transporte público — comenta.

Muitos brasileiros têm optado pela mesma solução encontrada por Cataldo. Segundo a Associação dos Centros de Negócio e Escritórios Virtuais (Ancnev) o setor cresce, em média, 30% ao ano. Já são mais de 990 salas e cerca de 79 mil usuários em todo o Brasil.

— Este tipo de instalação é ideal para quem está começando, profissionais liberais e pequenas empresas. Sem se preocupar com as questões administrativas, o profissional pode se dedicar 100% ao seu trabalho intelectual — diz Ernisio Dias, presidente da Ancnev.

A maioria das empresas oferece um pacote básico de serviços, que inclui secretária para guardar recados e transferir ligações, endereço para registro no CNPJ e para receber correspondências, além da possibilidade de aluguel de salas de reunião, impressão, fax e fotocópia. Os preços variam de R$ 150 a R$ 400 mensais, dependendo do serviço e da empresa contratada.

MODALIDADE EM FOCO

Além da economia nos custos, a falta de mobilidade das grandes cidades é apontada como um dos motivos para o crescimento do setor: cerca de 40% dos escritórios virtuais estão concentrados na região Sudeste, polo econômico do país.

— Tornou-se possível trabalhar de casa sem passar a impressão de pouco profissionalismo. A localização dos escritórios costuma ser boa, perto de serviços, aeroportos e transportes e ainda é possível marcar as reuniões em dias e horários fora do rush — afirma Kiki Lessa, diretora executiva da BQ Escritórios.

Embora a maioria dos clientes ainda seja de profissionais liberais, empresas também começam a ver os escritórios virtuais como opção na hora de economizar. É o caso de Fernando Lauria, fundador da Sequenza, que decidiu alocar todos os seus 12 funcionários em duas salas de um escritório virtual na capital paulista.

— Eu economizo em tempo, dinheiro e ainda tenho uma localização boa para receber clientes. Não penso em mudar para um escritório próprio, mesmo se crescermos mais — diz.

Segundo Mari Gradilone, sócia-diretora do Virtual Offices, a terceirização de processos para dentro das salas de negócio tem se tornado cada vez mais comum, principalmente em multinacionais e grandes empresas:

— Temos clientes que, apesar de terem seus escritórios próprios, utilizam nossas salas para realizar, por exemplo, processos seletivos e reuniões externas, ou para fazer reuniões em outras cidades onde não têm representação.

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