segunda-feira, 2 de julho de 2012

Capacidade de Poupar


Muitos autores e palestrantes que atuam com finanças pessoais destacam que fazer poupança é inteligente somente após parar de pagar altos juros por conta dos empréstimos e financiamentos. Penso diferente. 
Na obra de Dan Ariely, “Previsivelmente Irracionais”, o autor destaca que nossas decisões de gastos, em 80% das situações, não são tão racionais como se pensa. Apesar de argumentações das pessoas que buscam justificar a decisão de compra como racional, no fundo, não o é na maioria das situações. Por conta desta constatação, acredito que poupar é uma questão de hábito. E, hábito, só se consegue praticando. 

Imagine uma pessoa que financiou seu imóvel por 30 anos. Vai começar a poupar somente depois de quitar o imóvel? Até lá várias outras necessidades podem ser compradas a vista, caso esta mesma pessoa adquira o hábito de poupar. 

Digo isso porque poupar para quitar o imóvel pode ser algo que represente um montante de R$ 200.000. Enquanto uma viagem pode ser realizada com R$ 5.000 ! Então, não serve a “desculpa” de, enquanto houver dívida, não há porque poupar. 

Outras afirmações que discordo em parte ou totalmente: 

• Equilibre seu orçamento para depois poupar;

• Poupar valores baixos não dá acesso a boas aplicações (ou bons produtos financeiros).

Entendo que poupar faz parte de se apoderar da capacidade de equilibrar o orçamento. Ao não gastar tudo e dedicar parte da renda para algo que se tem controle, ao invés do consumo desenfreado e desnecessário. A autoestima melhora consideravelmente e, por questão de honra, poupar passa a dar satisfação também. Tanto quanto gastar, espera-se. 

Imagine que a meta seja ter R$ 1.000.000 (um milhão de reais) poupado para se ter renda na aposentadoria. Como se começa esta poupança? Com uma herança de R$ 500.000 ? Na maioria das situações conhecidas, com pequenos valores. E a disciplina e o tempo podem fazer e muito para a concretização do objetivo, da meta. 

Não se preocupe se uma simples caderneta de poupança não trará o melhor rendimento, de imediato. Assim que você atingir uns R$ 1.000 de poupança, as opções de otimizar seu rendimento, as ofertas que até o gerente do banco vai te apresentar para mudar para uma aplicação melhor, aparecerão como um passe de mágica. 

E se você está completamente quebrado, devendo para o cheque especial, cartão de crédito, para a sogra, para o cunhado, relaxe! Comece poupando R$ 1,00 (um real) no primeiro mês. Depois, dobre o desafio: poupe R$ 2,00. No terceiro mês, mais um desafio: R$ 4,00. O importante é o hábito. Assim como há povos sobre a face da terra que tomam banho diariamente e escovam os dentes após as refeições, poupar pode se tornar um hábito. Ou você não toma banho ou escova os dentes para economizar em nome das contas que tem para pagar?


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